Hiroshima 80 anos depois. Guerras na Ucrânia e no Médio Oriente fazem ignorar "tragédias da história"

Oito décadas depois, a nova corrida às armas foi lembrada na cerimónia realizada esta quarta-feira no Japão para assinalar o ataque com bomba atómica que precipitou o fim da Segunda Guerra Mundial.

Gonçalo Costa Martins - Antena 1 /

Fotos: AFP

Assinalando que os Estados Unidos e a Rússia têm cerca de 90 por cento das ogivas nucleares, o autarca de Hiroshima disse que "a invasão da Ucrânia pela Rússia e o caos no Médio Oriente estão a acelerar a acumulação de armas em todo o mundo".

Na sequência dessa pressão, "os decisores políticos de alguns países atá aceitam a ideia de que 'as armas nuclares são essenciais para a defesa nacional", apontou Kazumi Matsui, considerando que "estes desenvolvimentos ignoram de forma flagrante as lições que a comunidade internacional devia ter aprendido das tragédias da história".
 


Depois do minuto de silêncio iniciado por um bater de sinos às 8h15 na hora local (que foi quando a bomba atingiu Hiroshima), o discurso de Matsui trouxe também apelos para um "consenso na sociedade civil de que as armas nucleares devem ser abolidas para um mundo genuinamente pacífico", apostando nos jovens e nos líderes das gerações futuras.

No Parque Memorial da Paz, uma chama estava acesa, com a esperança de um futuro sem armas nucleares que se repete ano após ano. Por mais sinais que digam o contrário, o primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, deixou esse apelo.


"Comprometo-me a trabalhar com todas as minhas forças por um mundo sem guerras e armas nucleares, bem como pela paz eterna", afirmou.

Em Hiroshima, cerca de 140 mil pessoas morreram na sequência do ataque, e três dias depois outras 74 mil pessoas tiveram o mesmo destino, depois do lançamento da bomba atómica de Nagasaki.



Cerca de 120 países estiveram representados, incluindo comitivas da Bielorússia, Taiwan e Palestina. 
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